quarta-feira, 24 de novembro de 2010

RECOMEÇO

Sentia uma imensa vontade de descobrir os mistérios da vida,
do universo.
Sede de conhecer a verdade,
fome de poder sentir-me alguém!

Recusava-me a crer num DEUS que eu não conseguia encontrar onde eu desejava que ELE estivesse.
E assim, eu seguia mais longe ainda, procurando respostas.
Fugia de mim!

Na ilusão de satisfazer a sede da verdade, refugiava-me em correntes filosóficas e me frustrava mais ainda,
ao perceber que, geralmente, manipulam nossas angústias em proveito de interesses
– muitas vezes contraditórios à essência do que divulgam.

Exausto de correr em busca de explicações, sentei-me a beira de uma estrada na esperança de poder descansar um pouco
– a mente e o corpo!
Sem nada com que me ocupar, vendo o sol sumir atrás dos montes, surpreendido admirando toda a beleza de um final de tarde e início de noite.
Um silêncio enorme nos envolveu
(a mim e ao local)
e sem medo da escuridão que estava tomando conta de tudo, sem medo da solidão,
adormeci consciente de que eu também era parte de tudo que existe.

Aos poucos, uma claridade suave me foi despertando para um novo dia e acordei sem pressa alguma
– o dia estava muito bonito!
Pensei:
este dia está mais bonito que os outros ou transformei minha vida numa angustiante rotina cheia de dúvidas e conflitos?

De repente fui percebendo que,
na correria louca,
havia preenchido o tempo com tantas coisas que estavam me desgastando
que nunca tirava um tempinho pra ficar sozinho,
comigo mesmo,
a fim de avaliar se a minha maneira de viver era correta ou não;
se precisaria corrigir os erros cometidos,
tantas “justificativas” pelo modo de proceder,
tantas coisas sem sentido...
Afinal,
aonde tudo me levaria, quando um dia tivesse que “enfrentar” a morte?

Pouco a pouco, ainda deitado a beira daquela estrada,
enquanto o sol iniciava o seu percurso no imenso céu azul,
lembrei o início de tudo:
Eu, criança.
Campos verdes.
Chuvas finas de manhã.
Minha mãe a mesa agradecendo a DEUS por nos conceder um novo dia,
pelo pão que nos sustenta.
Engraçado!
Para mim, naquele tempo fazia sentido as explicações de minha mãe sobre um DEUS que criou o universo,
que está presente em todo lugar.

Entretanto,
fui crescendo e me deixando levar por teorias outras
– tentativas de apresentar respostas e nenhuma consegue explicar a origem da vida, do universo...
de uma forma que nos dê convicção...

Naquele momento, naquele lugar,
senti-me parte da maravilhosa criação
e, por incrível que pareça,
não mais estava sentindo necessidade de procurar respostas.
Estava começando a sentir uma imensa vontade de viver,
de apreciar tantas coisas que existem.

Engraçado:
Nunca antes me dera conta que as árvores jamais se preocupam em procurar “explicações”
– criadas como seres irracionais, cumprem sua função:

• Oferecer sombra ao que necessita sombra;
• Servir de pasto ao que necessita de pasto;
• Doar suas flores às abelhas que buscam o néctar;
• Frutificar para os que precisam de alimento...

Em meio àquela nova realidade, lembrei, como que em sonhos uma doce e suave melodia, como saindo de alguma casinha entre os montes a canção “Primeiro Amor” do grupo Rebanhâo, falando o seguinte:

"Quero voltar ao início de tudo;
encontrar-me contigo SENHOR!
Quero rever meus conceitos e valores;
eu quero reconstruir!
Vou regressar ao caminho,
rever as primeiras obras SENHOR!
Eu me arrependo SENHOR,
me arrependo SENHOR,
Me arrependo SENHOR!!!!
Eu quero voltar ao primeiro amor,
ao primeiro amor,
Eu quero voltar a DEUS!!!"
(Rebanhão)


OBS:

O texto foi corrigido em 22/08/2009;

Havendo o título sido preservado; Inclusive, acreditamos que, foi o Início oficial no MUNDO DAS LETRAS ... Considerando-se que passei a crer que compor textos é mais que juntar letras em palavras, palavras em frases e, essas em textos;

Além da observação abaixo...

Recomeço porque entendo que em CRISTO os sonhos foram refeitos, a vida foi redirecionada no rumo certo...
Não preciso dizer que fiz isso e aquilo outro e, JESUS endireitou minha vida...

Cada caso é um caso particular; e no meu caso, sentia a existência vazia e, hoje me sinto realizado (apesar de sonhos não realizados)... Aconteceu um crescimento (invisível), enquanto ser humano; Contudo, enfrento obstáculos como antes com a diferença que em CRISTO, encontro (sempre) forças redobradas e motivação para prosseguir...

Contudo, não vivo na ilha da fantasia... Apenas continuo achando a sociedade desumana e injusta... A diferença é que hoje observo através das lentes da fé...
Inclusive, em nome da religião, a injustiça prolifera e, torna-se visível quando alguns homens usam o nome de DEUS por um simples carro do ano; ao passo que alguns gostariam de freqüentar uma igreja e falta o dinheiro pra o ônibus...



OBS: Primeira Mensagem Publicada no RECANTO DAS LETRAS (06/10/2007).

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